Nos últimos meses, parcela da produção das plantas solares, eólicas, PCHs e a biomassa direcionada ao mercado livre se consolidou em patamar superior a 50%. Ambiente de contratação livre superou novamente marca de 10 GW médios de comercialização de renováveis, cuja produção também alcançou marca inédita
A produção de energia por fontes renováveis incentivadas e a comercialização desta no mercado livre mantêm uma relação de simbiose bastante estreita. O crescimento na geração elétrica por tais fontes tem sido acompanhado pela expansão da comercialização da produção no mercado livre de energia, que se consolida cada vez mais como principal ambiente comercial para escoar a energia renovável.
Em agosto, a produção das fontes renováveis incentivadas – solar centralizada, eólica, pequenas centrais hidrelétricas e a biomassa – bateu recorde de geração, ultrapassado pela primeira vez a barreira dos 20 GW médios, atingindo 20,6 GW médios.
A maior parte dessa produção, 11,1 GW médios, precisamente 54%, foi direcionada ao mercado livre de energia, ambiente de contratação onde fornecedores e consumidores podem negociar livremente as condições do fornecimento. As duas marcas foram as maiores já alcançadas no histórico do setor elétrico.
Os dados, que não consideram as grandes hidrelétricas, também renováveis, estão na nova edição do Boletim da Energia Livre, publicação da Abraceel que mostra o panorama mensal atualizado do mercado livre de energia no Brasil, elaborado com base nos indicadores mais recentes divulgados por diversas instituições e consultorias.
De forma consolidada, o mercado livre de energia absorve 54% da geração das fontes renováveis incentivadas realizada em agosto de 2022. Individualmente, o ambiente de contratação livre foi destino de 70% da energia gerada por usinas a biomassa, 62% das PCHs, 47% das eólicas e 45% das solares centralizadas.
Preço mais baixo – A economia na compra da energia elétrica continua sendo um diferencial relevante. O desconto no preço da energia para os consumidores no mercado livre chegou a 44% em setembro de 2022, fruto da diferença entre a tarifa média das distribuidoras (R$ 279/MWh) e o preço de longo prazo do mercado livre (R$ 156/MWh).
O valor se refere somente à energia, um dos componentes da tarifa elétrica, que é formada ainda pelos custos referentes à transmissão, distribuição, encargos e impostos. No cálculo da Abraceel, a tarifa de energia inclui a bandeira tarifária vigente, ao passo que o preço no mercado livre considera o ESS (encargos de serviços ao sistema) e a energia de reserva.
Acesse o Boletim da Energia Livre da Abraceel.
Confira outros destaques:
– De toda a energia consumida pela indústria brasileira, 88% vêm do mercado livre, patamar que tem se mantido estável nos últimos meses.
– Os setores de serviços e de madeira, papel e celulose seguem se destacando e aumentaram o consumo no mercado livre em 14,2% e em 18,1% nos últimos 12 meses.
– A quantidade de unidades consumidoras no ambiente de contratação livre cresceu 17% em 12 meses, confirmando um movimento de forte expansão.
– Do total de unidades consumidores no mercado livre de energia atualmente (29.661), 4.387 migraram nos últimos 12 meses.
A produção consolidada das quatro fontes de energia renováveis incentivadas – eólica, solar centralizada, pequenas centrais hidrelétricas e biomassa – somou 20.628 MW médios em agosto de 2022, maior patamar observado até então, superando pela primeira vez a barreira dos 20.000 MW médios de produção mensal. Dos 20.628 MW médios gerados, 11.079 MW médios foram destinados ao mercado livre de energia para o atendimento das demandas dos consumidores livres de energia elétrica.
Em agosto de 2022, 54% de toda a produção das quatro fontes de energia renováveis incentivadas (eólica, solar centralizada, pequenas centrais hidrelétricas e biomassa) foi destinada ao mercado livre de energia para o atendimento das demandas dos consumidores livres de energia elétrica. A participação do ambiente de contratação livre na comercialização da produção das fontes renováveis se consolidou acima de 50% nos últimos meses.